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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CONHECE TUA INTERROGAÇÃO


O oráculo. Invenção humana que ganha respaldo se creditada ao divino. E como nos impressiona. Lá estão as respostas. Mas quer saber? Durante o plantão de hoje acabei estabelecendo que os oráculos continuam sendo o que são, só que a era atual se caracteriza pela forma como lidamos com os mensageiros do futuro. A época atual difere das anteriores por um fato simples. Hoje, tão importante quanto saber a resposta do oráculo é a busca pela pergunta adequada.

Claro que nosso oráculo é a rede mundial de computadores.  E a nova era – a de Aquárius ninguém sabe ninguém viu... – é a do comodismo informacional. A informação é um perdigueiro, que busca de forma incansável seu destino. Hoje, o destinatário senta e se refestela em meio a dados e alertas informativos. Eis a razão (ou uma das razões) pela qual o oráculo sedento de respostas corre o risco de limitar-se a responder a um número restrito de perguntas. Quando pode mais, muito mais que isso.

Qual o propósito dessa reflexão? Bom, em algum momento tinha que preencher estas páginas, virtuais, com filosofia de botequim. Sente aí, tome mais um gole, seja feliz e diletante.

E o fio da meada de tudo o que está aqui começou com a voz sussurrante de Chet Baker. Que, se forem procurar na rede, saberão que pode ter sido a influência fundamental de João Gilberto e sua vozinha bossa nova – é possível encontrar controvérsias, claro (onde mesmo?).

Ao escutar Chet Baker, fiz um mea culpa sobre as limitações da humanidade. Ao ouvi-lo acompanhado de Stan Getz, simplesmente vi que a raça humana é capaz de prodígios do quilate daqueles caras. Acabei indo mais a fundo no prodigioso universo da vida da música de acabei sabendo: um dia, um sujeito chamado Pitágoras esticou uma corda, percebeu que exatamente metade dela estaria o que depois de tudo foi chamado de “oitava”. E criou o sistema capaz de dar elementos para a sistematização da música. Entendam!!! A alma ganhou voz.

Outro pensamento que me foi ofertado pela net diz que a música, em si, não é arte. Mas a sua execução o é. Ou seja, domar vibração e fazer arte é elevar o estatus tão combalido desta tal gente.

Aí, se me peguei descobrindo que foi Pitágoras e seu monocórdio que meteram o cérebro na história da música, decidir sentar a pua no oráculo. Quis saber quem deu o nome de Sol à nota musical Sol. Eu tinha a pergunta, e o oráculo a resposta: foi um frei Beneditino.

Guido D´Arezzo que teve a ideia. A lógica é simples. Pegou as sílabas iniciais de um hino a São João Batista (Ut queant laxis / Re sonare fibris / Mi ra gestorum / Fa muli tuorum / Sol ve polluti / La bii reatum / Sancte Ioannes) e com elas nominou o que hoje conhecemos como:

Dó= Ut (como era de difícil solfejo, o Ut saiu e ficou Dó);
Ré= (Re sonare)
Mi= (Mi Ra)
Fá= (Fa muli)
Sol= (Sol vê)
Lá= (La bii)
Si=( Sante Iohannes).

Fabuloso! É a alma falando do resultado de um diálogo produzido com a divindade via oráculo. Mas estamos a cada dia mais parecidos a repórteres que conseguem uma entrevista com Deus e, ao chegarmos lá, o tradutor não tem respostas a dar porque não há perguntas. O que me leva à última conclusão: o sobrenatural não mais é do que um grito de um Deus enjoado de se manifestar pela sutileza a tantos míopes.

Vendo longe assim, será que realmente há necessidade de um oráculo para nos dizer do amanhã?



“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo- inscrição no Oráculo de Delfos”.

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