O Netinho era, agora, Alberto
Rossi Neto. Lenine, o deputado Carlos Alberto. Lolô, a vó Lola da Martinha e do
Cássio. Mas a
Tereza...ah...a Tereza era uma
colosso. Ainda é, melhor dizendo, o colosso de sempre. Opinião dos três homens
da mesa, verbalizada por Lolô:
- Tu continua um colosso, hem,
minha filha, olha a cara dos três babacas, tenho certeza que acham o
mesmo.
- Lolô, a exagerada. Dá um
beijo,amiga! Calados, cada um dos amigos preferiu o silêncio diante do mito
juvenil que Tereza fora para cada um deles.
"É um pesadelo. Ela está
ainda mais linda, nada se transforma para pior nesta mulher, cacete?!",
pensou Lenine.
"Ela está exatamente como
imaginei. Tenho certeza que conseguiu isso a custa de muito sofrimento dos
otários. Cara, se eu tivesse casado com essa daí, tinha me fudido",
filosofou Netinho.
"Ela mereceu cada uma das
bronhas que toquei. Quem sabe agora que tá coroa, deve ter separado, eu pego.
Acabo com ela...hehehe", pensou Zé. Que não tinha sido mencionado
antes e, àquela altura da vida, continuava sendo o Zé.
A noite transcorreu com os três
membros masculinos tentando disfarçar o interesse em Tereza. Uma senhora
mulher, cujo bronzeado acentuava o verde dos olhos e o castanho dos
cabelos.
"Como ela consegue ter o
mesmo bronzeado por 29 anos e a pele continuar a mesma??", ensimesmou-se
Lolô a certa altura do papo.
- Diz para a gente, Tereza, foram
quantos casamentos? Quantos homens tiveram a honra de conhecer O amor da
intangível Tereza?
- Ora, meu nobre deputado, muitos
conheceram meu amor, mas nunca me casei.
E os marmanjos se alternaram nas
pavonices a fim de atrair para perto de si a Tereza colossal. Mas o colosso
decidiu por pedir uma carona à amiga. Soube também demonstrar aos galanteadores
que ainda dominava a arte de escorre pelos dedos dos pretendentes sem
que pudessem perceber a manobra a tempo de evitá-la.
"Tereza, Tereza, deixou os
três senhores sentados à mesa. Fez dos já respeitáveis senhores, meninos de
novo. Ah, isso não podem negar...rss...Tereza não lhes negou uma noite de
infância. Ninguém conquistou Tereza", divertiu-se a vó Lola.
- Lolô, me deixa na esquina,
mesmo. Eu fico a pé.
Foi assim, plantanda em uma
esquina, de frente para uma sobreloja que Tereza foi deixada.
- Vou atrás do bofe,amiga.
Rsss...menino de tudo. Sofro tanto. Pior que acho que dessa vez vai. Amor de
tudo, dos poucos, da vida. Acho que ele também. Tá na hora de sossego, né,
Lolô.
E não é que o bofe era sobrinho
de uma amiga de Lolô, a Beatriz. Ao menos tinha o mesmo endereço, em cima de
uma comercial, por onde ela tinha passado tantas vezes para pegar o
menino, como favor à amiga. Que, em uma das caronas, ao receber o sobrinho,
depois relatou a confidencia dele para um amigo. Ao menos, tentou
reproduzir o que entendeu da conversa.
- Amiga, estamos velha. E
perdendo tempo. O Bruno está saindo com uma fulana da nossa idade!
- Jura, Bia?! Ah, não. Bruninho é
um colosso! Quem é a dona?
- Sei não. Peguei ele de papo no
telefone. Com um amiguinho...Ele elogiou muito ela. Achei até que era uma
menininha pelo que falavam. Mas, não. Ele falou a idade...quase engasguei.
Podia ser uma de nós. Mas quer saber? Tem futuro não. Ele disse que
faltava paixão. Que ela era muito linda, mas faltava paixão.
O diálogo veio à cabeça de Lolô
como reminiscência de antontem...
"E quem diria...tantos
amores que Tereza acabou não conquistando ninguém...". Tereza, para sempre
Tereza.
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