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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

VALSA DE CURUPIRAS


O Netinho era, agora, Alberto Rossi Neto. Lenine, o deputado Carlos Alberto. Lolô, a vó Lola da Martinha e do Cássio. Mas a 


Tereza...ah...a Tereza era uma colosso. Ainda é, melhor dizendo, o colosso de sempre. Opinião dos três homens da mesa, verbalizada por Lolô:

- Tu continua um colosso, hem, minha filha, olha a cara dos três babacas, tenho certeza que acham o mesmo. 

- Lolô, a exagerada. Dá um beijo,amiga! Calados, cada um dos amigos preferiu o silêncio diante do mito juvenil que Tereza fora para cada um deles. 

"É um pesadelo. Ela está ainda mais linda, nada se transforma para pior nesta mulher, cacete?!", pensou Lenine. 

"Ela está exatamente como imaginei. Tenho certeza que conseguiu isso a custa de muito sofrimento dos otários. Cara, se eu tivesse casado com essa daí, tinha me fudido", filosofou Netinho. 

"Ela mereceu cada uma das bronhas que toquei. Quem sabe agora que tá coroa, deve ter separado, eu pego. Acabo com ela...hehehe", pensou Zé. Que não tinha sido mencionado antes e, àquela altura da vida, continuava sendo o Zé. 

A noite transcorreu com os três membros masculinos tentando disfarçar o interesse em Tereza. Uma senhora mulher, cujo bronzeado acentuava o verde dos olhos e o castanho dos cabelos. 

"Como ela consegue ter o mesmo bronzeado por 29 anos e a pele continuar a mesma??", ensimesmou-se Lolô a certa altura do papo. 

- Diz para a gente, Tereza, foram quantos casamentos? Quantos homens tiveram a honra de conhecer O amor da intangível Tereza?

- Ora, meu nobre deputado, muitos conheceram meu amor, mas nunca me casei.

E os marmanjos se alternaram nas pavonices a fim de atrair para perto de si a Tereza colossal. Mas o colosso decidiu por pedir uma carona à amiga. Soube também demonstrar aos galanteadores que ainda dominava a arte de escorre pelos dedos dos pretendentes sem que pudessem perceber a manobra a tempo de evitá-la.

"Tereza, Tereza, deixou os três senhores sentados à mesa. Fez dos já respeitáveis senhores, meninos de novo. Ah, isso não podem negar...rss...Tereza não lhes negou uma noite de infância. Ninguém conquistou Tereza", divertiu-se a vó Lola.

- Lolô, me deixa na esquina, mesmo. Eu fico a pé.

Foi assim, plantanda em uma esquina, de frente para uma sobreloja que Tereza foi deixada.

- Vou atrás do bofe,amiga. Rsss...menino de tudo. Sofro tanto. Pior que acho que dessa vez vai. Amor de tudo, dos poucos, da vida. Acho que ele também. Tá na hora de sossego, né, Lolô.

E não é que o bofe era sobrinho de uma amiga de Lolô, a Beatriz. Ao menos tinha o mesmo endereço, em cima de uma comercial, por onde ela tinha passado tantas vezes para pegar o menino, como favor à amiga. Que, em uma das caronas, ao receber o sobrinho, depois relatou a confidencia dele para um amigo. Ao menos, tentou reproduzir o que entendeu da conversa.

- Amiga, estamos velha. E perdendo tempo. O Bruno está saindo com uma fulana da nossa idade!

- Jura, Bia?! Ah, não. Bruninho é um colosso! Quem é a dona?

- Sei não. Peguei ele de papo no telefone. Com um amiguinho...Ele elogiou muito ela. Achei até que era uma menininha pelo que falavam. Mas, não. Ele falou a idade...quase engasguei. Podia ser uma de nós. Mas quer saber? Tem futuro não. Ele disse que faltava paixão. Que ela era muito linda, mas faltava paixão.

O diálogo veio à cabeça de Lolô como reminiscência de antontem...

"E quem diria...tantos amores que Tereza acabou não conquistando ninguém...". Tereza, para sempre Tereza.

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