Código html Google estatísticas

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A ESFINGE E O VÔMITO

Durante algum tempo, a esfinge me devorou.  Eu me reconstruia em seu fígado. Demorou. Mas nutri-me de um fel adiposo que sustentou minha vida. Vivi da bilis da esfinge. Até poder decifrar-lhe o segredo. O segredo estava na brotoeja albina. Sim, eu finalmente entendi o significado da cegueira branca explicitada por José Saramago no livro “Ensaio Sobre a Cegueira”. O branco que lhe cumpriu – a ele e a todas as personagens – é o nó górgeo do criador literário sem expressão. É a síndrome do papel em branco. Agora, tela em branco.
Ela cobriu a visão das personagens. Mas o escritor soube desvendá-la, mastigá-la, dirigi-la e ir ao ponto glorioso de nos vomitá-la com sua obra. Perceber a façanha de Saramago e dela me valer foi cravar minha luz no fígado e, depois, no lado interno do ventre da esfinge. Que vomitou-me como uma resposta. E aqui estou. Para fazer de cada ponto branco uma resposta sua, leitor. Ainda que você a devore.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ROTA



Meu silêncio eloquente é a rota dentro de um mar bravio. Eu volto!